sexta-feira, 18 de outubro de 2013

REINVENTAR É AQUI E AGORA.


Interessante... lendo um poema belíssimo e perfeito do amigo Marcos F. Auerbach, e a luta de Louise, a jabuti do meu filho, pela liberdade, me inspirou a reflexão:

De tanto que julgamos nos conhecer como a palma da mão, mal sabemos quem somos de verdade, além do que nos deparamos dia a dia... e que somos mais do que algo previsível. 

De tanto que acreditamos e julgarmos que sabemos quem é o outro, ainda nos surpreendemos diante das suas inovações. 

Temos a mania de nos colocar como tão seguros e auto controlados que, mesmo perdendo o controle, carregamos a arrogância em dizer: "Tudo sob controle, eu me conheço!".

Vendo uma jabuti escalar "parede" da caixa de papelão para tentar viver em liberdade, dando tudo de si - incluindo usar o vasinho da água como degrau, usando de uma inteligência desconhecida, por ser subestimada - me questiono: até quando?

Até quando seremos os mesmos e viveremos como os nossos pais? - Sem ofensas... apenas trocadilho com a música e o que ela levanta como necessidade de romper com o que passou, sem desmerecer e sem desrespeitar a importância.

Fazemos sempre as mesmas coisas e almejamos mudanças e transformações. Andamos em círculos e juramos seguir uma reta!

Inteligência é se recriar, é criar o novo - ainda que a partir do velho. É isso que quer dizer: deixar o passado para trás. Não é ignorá-lo, mas fazer um novo tempo que existe, ainda que não façamos, mas que pede: me reinvente. Veja o que já fez, o que já existe, veja, veja, veja! Até hoje, tudo igual, afirmando ser diferente.

Reinventar-se é voltar atrás para andar para frente. É ter um referencial - ou não - do que não mais fazer ou do que continuar fazendo, porém inovando.

A gente não precisa correr o mundo, procurar novos lugares para viver velhos padrões que levamos conosco. A gente precisa é ser novo, aqui, no mesmo lugar, onde quer que vá: EU. A mudança está em nós, não no lugar para onde iremos.

Certa vez escutei alguém me dizer: "Minha igreja é onde vou, porque Deus está em mim...". A pessoa, uma mulher, quando me disse, não estava desdenhando ou subjugando as religiões, apenas ressaltava a importância do não apego exagerado ao externo, mas ao EU, ao quem somos onde quer que a gente vá, independente de religião. A fé é algo que está, não que nos colocam. 

Enxergar a abertura, o espaço inexistente - ou, melhor, o espaço aberto à espera do que virá -, requer essa capacidade de se saber onde está e onde faz ideia de onde quer chegar - no caminho, posso chegar em outro lugar. Como disse Xuxa, na semana da criança no programa "Encontros", com Fátima Bernardes: "Quando me perguntam se eu sonhava em chegar onde cheguei, eu digo: nem sabia que existia esse lugar. Eu sonhava com um monte de coisa, mas esse lugar é novo, surgiu comigo... nem eu sei que lugar é esse de tão bom que ele é...". É ir, sabendo que pode voltar, quando quiser, porque o que já existe é terra original. Nossa origem é imutável. Nosso futuro que é "transformável", "criável", "realizável". Nosso presente que é "criável". 

Pedro, meu filho de 7 anos, diante de uma folha morte e da sugestão de um amigo nosso de colocá-la na grama para renascer diz: "Só se nasce da semente... Esta folha já está morta!" . Sim, só se nasce da semente. Mas, o que se foi serve como adubo. Assim, todos aprendemos, naquele instante a importância de todos os tempos: passado, presente e futuro. 

Na Natureza, nada se perde, tudo se APROVEITA. Ou seja, tudo se REINVENTA!

Do sossego, do silêncio mental, mesmo em meio à turbulência, mesmo após ter cometido algum erro, algum deslize..., a consciência da ação passada pode nos levar à segurança do saber o que não mais fazer. Daí, vem o adubo, aquilo que já foi, que já morreu, ainda vive dando base ao por vir! Nada surge do nada original. Não mais.  

Só com serenidade se faz o novo. 

Estou refletindo tanto enquanto escrevo que ainda nem sei como concluir... fico sem conclusão, apenas parando a escrita, não a reflexão.

Pensando aqui, me reinventando aqui e agora. Tomando, cada dia mais, consciência de mim e ainda longe de me conhecer por completo... Por isso: "PENSO, LOGO EXISTO!", já nos disse Descartes. E, só abrindo mais o leque... a distância entre dois pontos pode ser uma curva... 

"Ser ou não Ser? Eis a questão"... (Shakespeare)

E, para não dizer que não falei das flores: "Caminhando e cantando e seguindo a canção... somos todos iguais, braços dados ou não... vem vamos embora que esperar não é saber. QUEM SABE FAZ A HORA, NÃO ESPERA ACONTECER!" (Geraldo Vandré).

Nada é tão verdadeiro que não caiba uma nova verdade, né verdade?! Nenhum tempo humano é tão exato, que não caiba um novo tempo, de um novo momento, para recomeçar! (Pat Lins)

"No novo tempo, apesar dos perigos... estamos na luta pra sobreviver!" (Ivan Lins)

A gente é assim, não linear. Começa com um pensamento, que puxa outro, que nos leva a outro que cria outro... e assim, vamos indo, vivendo e seguindo um novo amanhecer - igual, mas diferente!

Reinventar-se é nascer de novo (?).

Pat Lins - se reinventar é ter consciência do aqui e agora e que agora já é outro aqui e agora a começar.

quarta-feira, 16 de outubro de 2013

UM DIA DE FÚRIA - OU DO MEDO? - VÍTIMAS E/OU ALGOZES - os dois lados das duas culpas e das duas inocências de um mesmo caso fatal para todos os envolvidos.

Imagem do filme "Um dia de fúria" - assisti há muitos anos atrás e foi a primeira que me veio à mente...

O título é longo propositadamente, para nos abrir à reflexão, neste momento e não nos colocarmos no papel de julgadores perfeitos

Uma boa reflexão é sempre válida... e não tenho a menor pretensão de ser entendida, afinal, eu, como pessoa e consciente da nossa fragilidade humana, mental e emocional, bombardeada diariamente pela neurose imposta do medo e terror dos nossos telejornais - que, acredito eu, acabam dando muito mais força ao terrorismo, alimentando e catalisando esse clima em real... me atrevo a dizer que eles elevam a auto estima do mal de cada bandido - acredito em  muita coisa e questiono, a fim de lembrar que todos nós somos humanos. Minha maior pretensão é ponderar, apesar da raiva e do conflito que nos gera por julgar e condenar algo do qual desconhecemos, mas somos levados a pensar friamente pelo ângulo que nos apresentam como verdade. 

Meu intuito não é clamar por justiça, pois, ela se fará, de um jeito ou de outro e nem tudo que é legítimo é 100% certo, geometricamente perfeito e cartesiano, porque, na vida, nada é apenas preto no branco... as nuances existem  e, verdade, verdade mesmo, penso que nem as partes envolvidas sabem, afinal, cada um vê seu lado e isso é influenciado por tanta coisa que nem fazemos idéia que nos influencia.

Vamos lá, falar sobre o "in" ou "a"cidente que aconteceu em Salvador/Bahia, envolvendo um carrão, do tipo jipe urbano, daqueles que fazem com que nos sintamos acima de todos no trânsito e que é de uma simbologia muito forte em nosso imaginário, mas, também por ser visado como objeto de valor e leva a crer que quem o dirige é detentor de posses, cria uma outra simbologia, também muito forte, do medo de roubo, sequestro, etc. Por outro lado, uma moto, com duas pessoas, que, por ser moto, já se tem um estigma - quase um arquétipo, me corrijam os entendidos da nosso psicologia, afinal, sou leiga - de que todo motoqueiro/motociclista pilota de maneira arriscada e pondo em risco os outros no trânsito, com duas pessoas, o que nos remete ao medo de assalto - prática muito utilizada nos dias atuais. O trânsito em trânsito tem sido palco de imensas e diversas tragédias de diversos erros e errantes que se acham dignos de passarem por cima dos outros, afinal o egocentrismo ronda e envolve os motoristas, que, antes de tudo, são pessoas, gente, que por vezes são pedestres e esquecem disso... mal preparadas para a vida, imagina para um trânsito caótico, com tantos carros aumentando cada dia mais... Um parêntese, para ratificar, é como se faz a leitura dos sinais de trânsito... a semiótica nos lembra que para um signo fazer sentido, ele deve ser entendido, deve ter um significado ao qual ele remete. Pois bem, em nossa cultura popular e massificada da falta de educação - em todos os sentidos, inclusive o doméstico, moral e ético - isso não se completa... a ignorância com arrogância impera e a lei da selva e do "salve-se quem puder" se faz como representação da nossa postura, atitude e comportamento nas vias PÚBLICAS, onde agimos como se fossem NOSSAS e saiam da frente que eu quero passar. Respeito é algo que só existe no discurso ou no que diz respeito a mim, quando me faltam com ele... Quanta subjetividade burra! Resumindo esse parêntese que já se alongou demais, falo o que minha diarista falou, ao ver as ruas sinalizadas e as pistas demarcadas: "...isso só atrapalha! Nem todo mundo que dirige entende de lei de trânsito, não, isso é para você, que é estudada. Nem todo mundo sabe e confunde mais do que ajuda...". Por aí, temos uma ínfima amostragem de como pensa a nossa população que tira uma habilitação, compra um carro e sai nas ruas, para evitar os transportes públicos de péssima qualidade.

Voltando à tragédia soteropolitana, eu, também, ao ver a notícia, por acaso, num "noticiário" sensacionalista - argh! - fiquei indignada! Lógico! Como que uma discussão no trânsito pode levar a uma atrocidade dessas? O que foi divulgado: "Médica oftalmologista persegue moto e mata dois irmãos". Daí, passa a médica viva e a cena ultra chocante dos corpos do dois jovens largados na calçada, com sangue, em posições que nos remete à dor, mesmo. Daí, soltam pareceres de "testemunhas" que só viram o desfecho, onde o motociclista bateu no vidro do carro e disse alguma coisa e a motorista do carro os persegue, em alta velocidade, jogando o carro em cima deles que foram arremessados e colidiram com um poste. Diante das imagens na TV e de todo o julgamento prévio - e não estou dizendo que a médica seja inocente, também não penso que ela tenha saído de casa com a intenção de matar dois irmãos numa moto... - me vi condenando a médica e absolvendo os mortos... é como se a morte daquela maneira, inocentasse - caso eles fossem culpados. Se é que existe uma culpa e um culpado numa consequência de atitudes tensas e intensas.

Depois, como se tornou pauta de conversas, compreendia todas as formas de pensar. Mas, "ninguém estava lá!" - era isso que mais repetia em minha cabeça. "Ninguém sabe o que aconteceu... pessoas boas também erram e, pelo que vi, os dois lados - o lado do carrão e o lado da moto - eram de pessoas boas e do bem. 

O que me fica: explica mais não justifica!

Nada ali, ao meu ver, friamente falando e - como está na crista da onda, agora - hipervigilante, digo que NADA ali faz sentido. A gente tem visto crimes e crimes de trânsito por motivos aparentemente banais, se considerados isoladamente e fora do contexto original onde matar é algo "corriqueiro". Se ela - a médica - cometeu uma "barberagem"e jogou, no primeiro momento, o carro sobre a moto, ela estava errada e poderia, sim, ter causado um acidente. Tá, beleza! Daí, o motoqueiro, em vez de agradecer a Deus por estar vivo e demonstrar sim, sua raiva pelo susto da fechada, segue a criatura I - a médica -, bate no vidro do carro e fala sabe lá o quê. Ele está errado por se vingar? Depende dos nossos valores, né, para emitir julgamento DE VALOR. Eu, pensaria - aliás, eu PENSO e AJO assim, pois também dirijo e trafego nesse trânsito cão dos grandes centros urbanos do nosso país, com buracos na pista, falta de sinalização adequada, pouca iluminação em muitos lugares, etc - assim: "Vá-te a merda! Mas, deixa para lá! Graças a Deus estou viva e sem nenhuma baixa!". Isso me impede de sentir aquele ódio que sobe "pelas ventas" e o orgulho ferido por dirigir direitinho e me aparece uma pessoa dessas para jogar o carro em cima de mim? Pois é, bem que dizem que dois erros não fazem um acerto. Ela errou, primeiro, pela alegada falta de atenção no trânsito, fechando a moto, ele errou em persegui-la, ela errou em persegui-lo e ambos pagaram um preço muito alto nesse efeito cascata de tensão e terror. Ninguém pense que vai ser fácil para a médica. Muito menos para a família dela. Com relação à famílias dos jovens, nem se fala... Mas, assumirmos o papel de justiceiros não fará justiça. Justiça seja feita... o que imperou aí, ao meu ver, foram dias de fúria das duas partes. Reféns do medo, da tensão, da angustia que impera nos dias atuais. 

Por isso que afirmei, desde o início, não quero ser entendia, quero entender, quer questionar e refletir. Por quê? Porque isso envolve a todos nós. Somos vítimas de um mal coletivo, o assombro em excesso, que vem minando as nossas esperanças e que vem como consequência da apropriação indevida do sensacionalismos nos veículos de comunicação e de tudo que está ao nosso redor. 

Pois bem, o que levou cada um a agir como agiu? Tudo poderá explicar, volto a enfatizar, mas nada justifica. Os fins justificam os meios? Ambos foram autores, ambos assumiram o risco ao escolherem - e não me refiro na escolha como algo simples, considero nossas referências e tudo que nos cerca como fator de consideração ao se fazer determinada escolha, que pode ser um reflexo do medo ou uma fuga... enfim - determinadas atitudes de enfrentamento e de rivalidade. Ambos forma algozes e vítimas. 

Concordo que a justiça deverá agir, sim. Alegar hipervigilância para inocentá-la, ao meu ver, é muito pouco e muito vago... A mesma hipervigilância fez com que o motoqueiro tomasse susto e revidasse. Causa ou consequência? Se os jovens estivessem vivos, o leque se abriria mais e mais fatores seriam considerados. Quiçá fossem, até, condenados... Como vieram a óbito, a morte os inocentou... Volto a afirmar: para mim, ambos foram algozes e vítimas, não houve santo nem demônio, mas pessoas, humanos... emoção, reação.

Isso nos leva a refletir: em que mundo estamos? Em que mundo gostaríamos de estar? O que fazemos para colaborar com a construção desse mundo? Como agimos? Quais são os nossos valores? 

Pois é... o fato dessa história toda, incontestável, é que duas mortes aconteceram por conta de "banalidade", que não é tão banal assim, vista da ótica da complexidade do bombardeio que nos detonam a todo instante. Duas mortes, três vidas destroçadas diretamente e muitas outras indiretamente. 

No "salve-se quem puder" dos dias de hoje está a pergunta a resposta de para onde vai a nossa "civilização": CAOS. Está na hora da ordem se estabelecer. E, sério, cá entre nós, fazendo igual, com as mesmas atitudes, vamos mudar algo para melhor ou reforçar o pensamento de que "nada é tão ruim que não possa piorar"?

Façamos a nossa parte. Comecemos em nem julgar, nem condenar, mas questionar, observar, acolher, refletir, transformar o que somos, quem somos!

Meus sentimentos a todos os envolvidos diretamente na situação que, para nós, apenas um caso, para eles, a própria vida!

Pat Lins.

Quem tiver curiosidade, vale a pena assistir:


E, outra sugestão:



terça-feira, 15 de outubro de 2013

AOS PROFESSORES, HOJE E SEMPRE COM CARINHO!

http://blogdaprofflor.blogspot.com.br/p/mensagens-para-o-dia-do-professor.html

Desejo, hoje e sempre, aos professores que tive, que tenho e que terei, bem como aos colegas, que nossa profissão, feita por escolha através do amor e compromisso/dever com a educação, seja mais valorizada pelas autoridades e por todos. Não conheço um profissional que não tenha tido, no mínimo, um  professor. Pois é, formamos outros professores, mestres, doutores. Formamos administradores, comunicadores, advogados... médicos... 

Desde criança sonhava em ser duas coisas: professora e escritora - fora uns lampejos de sonho de ser atriz ou modelo. Hoje, adulta, revi o meu caminho. Tive excelentes professores, aos quais pude não só aprender a aprender, como aprender a ensinar o que temos de mais precioso: conhecimento. Hoje, adulta, deixei a área de Comunicação para me dedicar aos meus sonhos de infância: Sou Professora e engatinho como escritora. O resgate desse sonho se deu através de um professor, hoje, com 7 anos, que é o meu filho. Ele me fez lembrar quem eu era e sempre quis ser e me fez ver quem me tornei e como me afastava, acreditando estar próxima, do meu sonho real.

Agradeço aos grandes mestres que tive - incluindo os meus alunos, pois estes nos ensinam a importância da renovação constante e da capacidade de se colocar no lugar do outro, para bem ensinar.

Que hoje, e sempre, e a cada dia mais, nossa profissão seja valorizada, respeitada e reconhecida como de importância primordial!

Obrigada aos meus Pais: meus primeiros mestres, com exemplos de vida e lição de amor,  generosidade, doação e entrega, dia a dia!

Obrigada a Vida - grande Mestre dos Mestres - pela oportunidade de me recolocar no caminho que sempre sonhei!

Obrigada ao Tempo, senhor supremo de Toda a Sabedoria!

Obrigada a Natureza, por ter me dado esse dom como presente!

Obrigada a Deus, Criador Supremo e Infinito de toda a Vida, Tempo e Natureza! Criador da Sabedoria!

Obrigada a uma parte de mim, por aceitar as lições e seguir pelo bom aprendizado!

Obrigada e parabéns, a TODOS OS PROFESSORES! Que essa profissão cresça cada vez mais e seja valorizada em remuneração, condições de trabalho e qualificação - principalmente, a da alma!

Professor não é só quem ensina, mas quem nunca para de aprender para ensinar!

Pat Lins.

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