segunda-feira, 24 de fevereiro de 2014

MOTIVOS PARA VIVER - COISAS QUE AS PESSOAS PRECISAM REAPRENDER


Passei e passo toda a minha vida "em busca". Não me refiro apenas a busca espiritual, mas também, pessoal, profissional, emocional, mental e financeira/material. Como? Através das minhas incansáveis perguntas e necessidades de ir atrás, ao lado ou a frente de quem, como ou onde encontrar possíveis respostas. Sentia que precisava estar em movimento, com pausas para reflexão. De maneira intuitiva - e também instintiva... tinha o lado mais primitivo, também, fazendo o seu papel - seguia para onde PRECISAVA ir, ou estar.

E NUNCA entendi o motivo das pessoas viverem reclamando que "precisam de tempo" para isso, para aquilo e reclamam quando alguém diz: organize o seu tempo! Alegam que a pessoa que sugere não sabe como é a sua vida e pronto, justifica-se e fecha-se no loop - para não dizer círculo vicioso.

Hoje em dia, está na moda ser "zen". Aliás, aparentar ser zen... E uma das coisas que me chama atenção, em meio a algumas pessoas que convivo ou observo, é que procuram suas válvulas de escape, apenas para colocar para fora a inquietação do momento. Porém, muito importante esse porém, não se permitem acessar o que vem antes, aquele sentimento mudo, entretanto, provocante, que fica tentando nos empurrar para frente, pedindo para ser libertado e, ao contrário do que sabemos e sentimos que devemos fazer..., a gente o aprisiona cada vez mais e afunda com esse peso que necessita ir embora, fechando o ciclo da sua existência.

Assim, percebo que tiram um período - extremamente saudável - para descansar. Só que leia-se descansar como "não pensar". Daí, voltam a sua rotina prévia, agindo do mesmo jeito. E, também, sem querer pensar... 

Me recordei de um livro que li e o terapeuta descrevia um pastor que ele atendeu, onde ele dizia assim: "Ah, acabou meu retiro! Agora, levarei umas seis semanas para retomar o meu ritmo de volta!"... (??????)

As pessoas recorrem a spa´s, locais próximo à natureza, templos sagrados e afins... diante de uma situação limite, em busca de sossego mental: com tempo e espaço para diluir as angústias - e quem não tem uma ou duas, ou mais...? Respiram - porque são OBRIGADAS a parar, mas são incapazes de serem gratos à vida por esse momento. Oxigenam o cérebro. Solucionam aquele problema e pronto! "Posso voltar a ser a mesma pessoa. Fazer as mesmas coisas!". Me pergunto: É ISSO? É SÓ ISSO?????

O querer mudar deve ser mais forte. Deve ir mais fundo, mas de maneira mais leve e sutil. A simplicidade e a sutileza andam juntas e, com isso, um estado emocional mais livre e libertador.

Não é só parar agora, é parar agora, daqui a pouco e quando o corpo, a vida ou ambos pedirem! Nada funciona sem parar - só o facebook... onde a gente dorme e ele continua! Ademais, Platão já dizia que precisamos organizar - e questionar - nosso tempo, entre horas de trabalho, horas de lazer, horas de descanso... Não eram bem essas palavras, mas trago apenas parte bem pequena da ideia. E fica a pergunta que Aristóteles começou, pensou e escreveu um dia: O TEMPO EXISTE? QUAL A SUA NATUREZA?

Pois é... diante da iminente resposta, se o tempo existe, visto de diversas maneiras, sabemos que a melhor maneira de o entendermos é aceitando a sua existência e, para mim, isso é ponto final/inicial. O que fazemos dentro dele é que me instiga a continuar em movimento, vivendo e buscando.

O que vem nos faltando, diante de tanto estímulo negativo, são motivos para viver - leia-se viver, como VIVER BEM.

Mas, como fazer, né, num mundo tão violento e conturbado? Com tanta guerra, maldade, matança, roubos, impostos, falta de segurança, falta de dinheiro...? Também me pergunto isso. A pergunta é que motiva. As respostas, essas sim, são o que afirmam nossos pensamentos e nossas ações!

Assim, nesse caminho, acabou meu tempo de escrever aqui, por hoje. Meu facebook está lá, onde estou viva e sem descansar, numa eternidade estática. Mas, eu real está aqui, ávida por ver e viver muito mais! Depois, quando dá tempo, entro nele e interajo virtualmente, também. Viver é isso: estar onde precisa. Estar onde está. Ir para onde deve e dá para ir.

Vamos juntos! Para frente! Rompendo com essa repetição de loucura insalubre! VIVA A LOUCURA DA TRANSGRESSÃO SAUDÁVEL - com respeito, compreensão e AMOR!

Pat Lins.


quarta-feira, 19 de fevereiro de 2014

ZONA DE CONFORTO


A gente tem sido cobrado a sair de tanta zona de conforto de vez que é confortável ficar em algumas, para ter fôlego e seguir. A gente tem mania de querer fazer tudo de vez e ao mesmo tempo... depois, cansa, cai, satura e se perde... Sabotagem? Ansiedade? Reatividade? Se a gente parar para escutar todos os "especialistas" da vida alheia, que entendem desde pré-natal até geriatria, passando por uma plantação de mamão e chegando até a NASA... sério, você não vai sair do lugar e ainda por cima, vai pirar!

Importante mantermos acesa a luz do bom senso e o reconhecimento das limitações... e não se deixar limitar. Fazer o que dar, de ninguém cobrar e de ninguém ser cobrado!

Gente, é tanto programa na TV dizendo como mudar a sua vida em curto espaço de tempo que se for fazer tudo de vez, meu Deus, você vai desejar uma zona de conforto à beira mar, numa praia deserta. É tudo tão lindo na teoria... São boas dicas, mas, francamente, isoladamente é tudo 100% aquilo... pena que a vida não para e nem é aquele 100% do recorte, daquela parte... Mudança cansa e dói... por isso que é bom saber por onde começar e fazer uma coisa de cada vez, porque mudamos cada parte que compõe um todo.

Nunca diria: não faça. Apenas me digo: por onde começo, o que e como fazer? E, sério: vai com calma! Ninguém precisa mudar para agradar no julgamento. A mudança é gradativa!

Quando vejo esses programas na TV - onde a repetição só daquilo nos angustia...-  penso: deve ser beleza entrar e sair da casa dos outros, ensinando o que de fato é correto e conseguir dar uma ajudinha. Para quem precisa de ajuda, recebe de fora, porque é tanta coisa de vez que receber ajuda é importante. Não sei quem inventou que crescimento, educação, criação de filho é algo apenas para os pais. A responsabilidade é dos pais, mas contar com apoio de outros é melhor do que contar com o julgamento dos outros. Esse é o ponto! Os grupos sociais lembram aos pais que a responsabilidade é deles. Tá, beleza! Mas, cobram e cobram e cobram tanto que me pergunto: a responsabilidade é dos pais, tá! E precisamos ser cobrados pelas nossas falhas humanas?

Não é para acomodar. Mas, ninguém merece estar em seu processo, em sua busca e ter que ficar sendo cobrado pelo que AINDA não fez. Pior: por alguém tão humanamente falho... Isso é CRUELDADE. Ouvir sugestão nunca foi problema... Ouvir crítica destrutiva, esse sim é o problema. Fora ser cobrado pelo que está em sua lista, mas ainda não chegou esse ponto.

Vou fazer um programa: SOCORRO, JÁ NÃO AGUENTO MAIS TANTA GENTE 100% CERTA! A vida não é um "Show de Truman", minha gente! A vida real é com erros, sim. Mas, com acertos no caminhar.

Bom mesmo é se saber, se aceitar - isso inclui as falhas, as limitações... - e reconhecer que não tem forças, mas pode ter!

Mudar é bom! Mas, mudar junto tem mais força. Como os lobos: se fortalecem em alcateia, mas vivem sozinhos! Vou fazer um programa SUPER FORÇA, ATIVAR! Porque união fortalece! Cobrança, enfraquece!

Bom, tem tempo e hora para tudo! Hora de descansar, de deitar, de ficar na zona de conforto. Hora de acordar, levantar, sair... Tudo ao seu tempo! Hoje em dia, de tanto se falar: "sai da zona de conforto", em vez de ajudar, vem criando um estado ansioso e angustiante. Não existe fórmula certa, muito menos uma única zona de conforto em nossas vidas. Existe dia a dia. Existe se buscar. Existe errar e acertar. Existe tentar. Existe entender que só muda genuinamente com um passo de cada vez! Correr? Só na rua, como atividade física. Nunca vi uma árvore sair correndo para dar frutos no tempo certo... Existe: o tempo certo! Inclusive, tempo certo para errar, para dar fruto "peco". Quem disse que acertar é só tirar 10 na escola?

Importante é entender, ter consciência, e se organizar, se preparar. Até sair. Senão, sai abruptamente e volta correndo, com medo, cansado e mais resistente! A zona de conforto existe por alguma razão. Não para ficar a vida inteira. Mas, para ser um ponto de espera. Melhor sair, sim, porque não foi feita para viver lá. Mas, podemos tirar esse peso extra e excessivo de que zona de conforto é algo tão ruim e péssimo como pregam. Mania de nos dizerem que não podemos ter um confortinho na vida... tudo tem que ser pesado? Para mim, sair da zona de conforto é consequência de ascensão da consciência. Levante a mão quem é consciente de tudo o que faz! Dê um passo a frente quem tem domínio e controle de si, 100%! Divirta-se e viva aquele que se vê como HUMANO, eterno aprendiz!

SÓ O CONHECIMENTO TRANSFORMA E NINGUÉM NASCE SABENDO DE TUDO!

Pat Lins.

segunda-feira, 17 de fevereiro de 2014

"O COSTUME DO CACHIMBO DEIXA A BOCA TORTA..."

Imagem: Google
Olha, venho percebendo que o processo de sabotagem é tão grande e poderoso em nós que na maioria das vezes, já estamos curados, mas insistimos em nos manter doentes!

Sabemos o que é preciso fazer, mas... né, fazer para quê? O mundo tá perdido... vou me melhorar para quê?

O problema da cura é fazer com que entendamos que já não há mais doença e deixá-la ir... toda doença é um sinal de algo fora do lugar, seja ela física, mental, emocional, financeira... Tudo está interligado. No que dia que entendermos esse comecinho, seremos capazes de nos curarmos de verdade: deixando a doença ser curada! Sentindo a dor. Deixando que a dor passe.

Mania que temos de carregar e arrastar sofrimento, peso... a leveza nos soa como algo sem grande valor. E pode? É o que me pergunto: como pode ser assim?

Pat Lins.


domingo, 16 de fevereiro de 2014

TINGA - A REPRESENTAÇÃO CLARA E ÀS CLARAS DE QUE O RACISMO EXISTE, SIM!

Para escutar seu desabafo: Globo Esporte
Lastimável não é o racismo no futebol... Lastimável é O RACISMO em si! 

Precisou explodir num esporte para que se torne um tema a ser debatido com mais seriedade. Não bastam punições... isso apenas vai mascarar e impor uma nova pseudo ordem. 

É necessário e de suma importância falar abertamente. Assumir, reconhecendo claramente que o racismo existe, sim! Velado, escondido... disfarçado com nomes e situações protegidos pela Lei. Não penso que punição a atitudes preconceituosas, de um modo geral, ou qualquer forma de discriminação devesse constar em Lei... deveria ser uma postura pessoal não ter esse comportamento. 

As pessoas deveriam ter uma conduta ética e moral mais respeitosa. Essa cultura antiga de um povo querer se sobrepor ao outro dá nisso: a manipulação do poder, do desejo entorpecente de querer ter o que não te pertence, do não construir o seu, no seu espaço... e dá nisso: a subjugação do outro em detrimento de um interesse próprio. Ou seja, vou queimar seu filme para todos te odiarem e te verem como algo asqueroso, para que, assim, eu consiga te desestabilizar em sua dignidade, cerceando a sua liberdade e, com isso, destruindo você! Tem coisa pior do que isso? Imagina numa dimensão descomunal como, nada mais ou nada menos do que o mundo inteiro contra você?

Ah, mas falar em racismo é perda de tempo, deixa a Justiça cuidar disso! Para mim, antes de se chegar à Justiça, justiça seja feita, cada um de nós precisa rever seus conceitos. Não é impedindo piadinhas ou deixar de chamar o outro de "negão" que vai fazer essa desconstrução do mal feito e implantado, enraizado até a alma. 

É muito cômodo, para nós que não temos a pele negra, "vermelha", "amarela", os olhos puxados, os cabelos crespos, que somos heterossexuais, classe média, "estudados" - como diz o povo - nos doermos com os alertas contra o racismo. Mas, para quem vive o peso da sensação de diferença como algo pejorativo, por conta desses características, esses sim, sabem o que é essa dor! Para a gente, apenas um discurso de algo distante e aparentemente inexistente, afinal, ali onde não estou, nada deve existir...

Eu não sou branca 100%. Venho de família mestiça em todos os aspectos, inclusive as várias tonalidades e colorações das peles, cabelos, olhos, dentes e etc. 

Questiono muito como alguns religiosos fazem as colocações Bíblicas de maneira preconceituosa sobre as cores de pele, que já induzem - através, não do que está escrito, mas como vem sendo interpretada e usada até os dias atuais - de que quem já existia antes do povo "de Deus" não era de Deus... Como os negros, os índios e, sim, os orientais. Em alguns casos, afirmam que viviam na "ignorância" de Deus, mas, a partir do momento que lhes é apresentada a "palavra", deixem TODA  a sua vida e crenças para trás; rompa com a sua cultura, porque ela é do mal. Aqueles de "cor" que aceitarem a palavra de Deus, nos moldes como lhes fora colocado, serão aceitos como humanos... Antes, eram seres sem alma. De fato, não conhecem os psicopatas, esses, sim, são seres sem alma, coração ou boa emoção - e podem ter qualquer cor de pele e cargo, de preferência os mais elevados hierarquicamente.

Meu questionamento: se Deus é o Criador de todo o Universo, quem não é filho dele? Até o próprio Lúcifer foi criação divina. A sua revolta, essa sim, é própria e pessoal, ou "angelical" do portador da luz que perdeu a sua luz.

Pois é, como lidar com esse tabu GIGANTE, chamado de preconceito, discriminação e, neste caso específico: RACISMO, se ele vem de maneira arquetípica desde a gênese Bíblica? Aliás, na gênese não, porque no livro Gênesis eram apenas terra, água e escuridão, até se fazer a luz... depois, vieram as primeiras criaturas, depois Adão, Eva e o cão - ops! a serpente... Até chegar a Abraão, nosso primeiro patriarca reconhecido como tal. Considerando que quando a Bíblia fora escrita, muito e muito tempo já havia transcorrido desde a criação da Terra - porque, é bom situar e contextualizar, nem a todos era permitido acesso à leitura, muito menos conhecer outros dialetos... era tudo, numa visão própria da época, como maneira de se manter a "ordem" e o "equilíbrio", guardado e assegurado, apenas, entre os que se intitulavam competentes para tal... e, assim, mantinham o???? PODER! Olha a palavrinha mágica de novo! Sem contar a trajetória do desenvolvimento da escrita, onde e como se arquivavam os conhecimentos... - pois sim, voltando ao início da frase, ao se considerar esse ponto, quando e quem começou a escrever a Bíblia antes do período Mosaico? Quem era o organizador das ideias e do que seria, de acordo com relevância, constar ali? Bom, melhor parar, porque não é esse o ponto em si. O ponto é o arquétipo tendencioso de subjugação dos povos em detrimento do interesse em seu terreno.

Tá, e Tinga nisso? Hoje, 2014 anos após o nascimento de Cristo, que DEU sua vida, em Vida, como exemplo de vida e virtude, através da sua divina sabedoria e CONSCIÊNCIA, e nos deu a sua morte, como prova do seu amor por esse povo ingrato, que somos e nada aprendemos com isso... Pois é, ainda hoje, nada, nem um tiquinho apreendemos dos Seus REAIS ensinamentos, além de retóricas belíssimas e discursos inflamados e aclamados de que devemos seguir a vida que Cristo nos ensinou... Somos um bando de hipócritas! A Bíblia, por exemplo, não prega o racismo ou qualquer tipo de preconceito, apenas fala e retrata o povo de Abraão e sua descendência, afinal, ele existia em meio a outras pessoas, ou não?! Isso é que ninguém se dá conta! E é isso que me instiga e inquieta de uma maneira positiva - entender! Se retrata a partir da visão do povo de Abraão, naturalmente, a sua realidade é o recorte e o ângulo por onde tudo é visto. Beleza! Era natural que, através de um controle e o poder da época, os casamentos fossem entre pessoas da mesma nação. Ou seja, naturalmente, as características físicas se mantinham. Deu para entender, um pouquinho, que não se trata de discriminação, apenas de organização cultural de um povo? Daí, com isso, ao se permitir explorar terras mais afastadas, se dão conta da existência do "diferente". Depois, com o intuito de dominar e possuir mais terras, nada mais "nobre" do que impor a força e permitir escolhas: "ou nos dá ou guerra!". Com isso, nações tiveram que perder seus espaços e a mistura começou... porém, os escravizados, desde aquela época, eram considerados povo fraco. Essa marcada se instalava e era propagada, não com ferro quente, e sim através das características fenotípicas visíveis daquele povo. Isso, por acaso, não se torna um arquétipo, em seus tempos e nos seguintes e seguintes e seguintes? Hitler não desejou tanto manter sua raça pura e ariana, dizimando tantos judeus? Os desejos pelo poder são tão insanos que concordo com Alvo Dumbledore - em Harry Potter - onde prefere não assumir aquilo que ele não tem controle... e o poder, muitas vezes, sobe à cabeça e dispara um ego que infla e infla, sucumbindo à loucura, cedendo aos caprichos vaidosos da necessidade de subjugar o outro para se afirmar como melhor! Assim, quem tem o poder, é o maior. Então, vamos colocar Deus ao nosso lado e usar Seu santo nome para manipular o povo. Quem não estiver comigo, estará contra mim! E começa a mania de perseguição. Consequentemente, a discriminação, através da segregação. E assim, em diversos espaços e tempos, quem dominava impunha a sua característica como supremacia.

Ainda assim, não entendo a origem do preconceito puro e genuíno. Não entendo de onde veio? Com quem? Por quê? Para quê? Qual a sua função colaborativa na construção e edificação dos bons valores? Não vi em lugar algum escrito que a serpente disse a Eva: "Vai, come que vai ficar branquinha para sempre! Tu, Adão e teus filhos!". Nem escutamos Deus dizer a Moisés que apenas os brancos, ricos, bonitos, magros e que frequentem bons restaurante e hotéis de luxo seriam salvos... Ah, por acaso se salvaram do dilúvio?

E Tinga, minha gente? E Tinga? Tinga é apenas - não um "apenas" pejorativo, mas um alerta de que tem mais... - mais um grão de areia nesse mundo de loucura e profusão do "mal". Tinga é a atual representação de que esse mal está mais ativo do que nunca e que as medidas de contenção e disfarces do preconceito cederam! Ruíram as barreiras do fingimento e abriu-se a clareira - que não ilumina nada... - onde podemos VER e OUVIR que SIMMM, O PRECONCEITO EXISTE! E cada dia mais forte! Aquilo que cresce sem a gente ver não deixa de crescer e se fortalecer!

O vexame teve destaque porque foi um jogo importante e transmitido por onde? PELA TELEVISÃO! Alastrou-se como fogo em palha seca. Incendiou e nos fez ver o que se escondia em palavras bem colocadas e pensamentos bem mal intencionados.

Tinga é mais um que sofre esse mal, por nada! 

É mais um SER HUMANO que paga uma pena alta, apenas por seu fenótipo marcado como povo fraco e que merece o desprezo, por ser uma PESSOA COM A PELE ESCURA!

E não entro na seara: caráter! A falta de bom caráter está em todas as cores! Só que associam aos negros, simplesmente, por uma má formação histórica, onde destruíram as tribos africanas - independente da ajuda de tribos rivais... - e trouxeram-nos para cá, levaram-nos para lá, distribuiram por onde havia necessidade de mão de obra forte, robusta ao custo de maus tratos. Para onde? Para Brasil, Estados Unidos... Aqui, para uma região que já existia, onde índios viviam em LIBERDADE, que ainda não era nome de bairro, mas uma forma de vida. Exterminaram tudo em nome dos seus próprios interesses e os denominaram, também, seres sem alma. Os jogaram aqui e, depois de perceberem que perderiam o poder, como último golpe estratégico, alforriaram a todos! Que lindo! Quanta emoção! Carta de alforria! Um documento que provava que eles eram NEGROS LIVRES. Ironicamente - dentre tantas e tantas ironias... - essa liberdade nada mais era do que uma nova prisão! E esta resiste até os dias atuais! Como é difícil empregar um negro em função hierarquicamente elevada! Acontece, mas a cobrança é triplicada. Coitado de Obama! Mártir de uma fachada que já estava em crise mundial e que recebeu a "galinha pulando"... Criaram a imagem de um "salvador" que hoje é condenado por ser, apenas, um homem mortal!


Pois é! Tudo isso vale a pena ser falado. Debatido! Discutido! Cuidado! Assumido! Esgotado! Até deixar de ser um tabu. Até deixar de ser um entrave ao progresso humano! Até deixar de ser algo prejudicial! E não é apenas evitando piadinhas... Nem chamando de afrodescendente que o preconceito vai deixar de existir. Isso se dará no dia em que as pessoas se olharem como PESSOAS. Nesse dia, Tinga não será vaiado, nem escutará sons de macaco, por ser negro. Nesse dia, não será preciso ter um artigo em algum código penal que puna quem cometer atitude discriminatória, porque isso não será mais parte da conduta de ninguém. Nesse dia, as seleções para entrevista de emprego serão mais limpas e neutras, baseadas em competências. 

Mas, antes desse dia, muito deve ser feito! Educação deve chegar a TODOS, principalmente aos mais pobres - onde, por consequência de uma história que ninguém quer contar, estão a grande maioria dos herdeiros das "cartas de alforria". Educação não para ser funcionário de cargo elevado numa multinacional, mas educação como construção de base moral, ética e compreensiva, com conhecimento escolar e acadêmico. Até esse dia, muito ainda precisamos desconstruir. Muito ainda temos para construir!

Temos um longo caminho. Se começarmos AQUI E AGORA, ele poderá ser possível! Ele começa aqui e agora! No já! Não no depois ou amanhã... 

Racismo não é apenas um crime, é atentado ao pudor! É atentado à ética, à moral, às virtudes, aos bons costumes!

IGUALDADE SE FAZ COM AS DIFERENÇAS EM EQUILÍBRIO E HARMONIA!
COM RESPEITO!

Pat Lins - perplexa por Tinga e por tantos "Tingos e Tingas" mundo a fora e vida a dentro!

DEIXANDO O PASSADO NO PASSADO, E EVITAR O REPETIR TODO DIA...


É muito bonito a gente dizer: "tem que deixar o passado no passado!". E é importantíssimo fazer isso, desde que de maneira saudável e na prática!

Deixar o passado no passado é curar as feridas. É se esforçar, todo dia, para entender que o hoje não precisa dessa repetição.

É entender que o que foi feito, foi feito. Fingir que não foi nunca é deixar o passado no passado, é disfarçá-lo no presente.

O ENTENDIMENTO requer CONSCIÊNCIA e esta requer ruptura com padrão de pensamento pesado e restritivo.

Uma das coisas do entendimento é o fator "escolha". E escolher requer CONSCIÊNCIA... Ou seja, precisamos "estar na" e "ser a" ação. É fazer o novo. É fazer diferente. Continuar fazendo igual é se manter na repetição do passado, no presente, todo dia!

Algumas vezes, nesse processo de escolhas, no que diz respeito às nossas relações, deixar o passado no passado exige entender e aceitar as pessoas como são e entender que o que fizeram - quando o outro faz algo... acontece de nós sermos o outro, também e de nós termos feito algo... mas, isso esbarra num complexo entendimento de cada um assumir suas ações - já foi feito e pronto, está lá atrás. No dia a dia é que podemos mudar e agir de maneira melhor e saudável. Porém, se a outra pessoa não adentra ao processo de mudança e libertação do tempo que se foi, é importante que eu deixe para trás e bem resolvido esse passado, mas não posso continuar a conviver com esse "outro", já que continua a agir e fazer as mesmas coisas, do mesmo jeito. Se escolho um ambiente saudável, preciso eu fazer meu ambiente saudável. 

Existem situações que para deixar o passado no passado, é preciso que as duas partes o façam. Por isso que uso minha DS - distância saudável, porque eu posso e devo me esforçar e sim, é um esforço, um exercício... somos muito ego e vaidade, ainda, e podemos pensar que deixamos o passado lá atrás e disfarçamos nos afastando e fingindo que ele não existe, apenas por não tocar nele. Isso nem é deixar o passado no passado, nem o afastamento sem consciência é DS... Não houve CONSCIÊNCIA, apenas fuga.

Mas, em casos de optarmos pela DS, é, inclusive, pela dificuldade de ter que estar sempre se desgastando e usando energia diária para tentar fazer com que a outra parte entenda. Se há disposição da outra parte, vale a pena lutar junto, porque há VONTADE de mudar. Se não há, se existe a cegueira das próprias ações, eu penso que seja melhor, a depender da rotina pessoal, fazer reservas de força e energia para o dia a dia e manter uma bela distância saudável para todas as partes. Já vivemos sob tanta pressão... que precisamos limpar o ambiente e deixá-lo arejado, para podermos respirar.

É preciso deixar o que se foi; olhar o que foi feito e como foi feito; ponderar se poderia ter sido feito diferente e se abrir: "eu posso fazer diferente! Eu posso fazer um diferente MELHOR! Eu posso ser melhor! Eu quero ser melhor!". E, simplesmente, calar a voz da perseguição que fica latejando e repetindo pensamentos repetitivos e restritivos, cerceando a liberdade!

Para me libertar, liberto-me! 

Para sarar, só cuidando da ferida aberta. Ninguém cura a ferida machucando todo dia, cura?

Pat Lins

sexta-feira, 7 de fevereiro de 2014

ESPECTADORES, APENAS ASSISTINDO!


Às vezes, a gente perde uma boa chance de ser apenas espectador e vai assumir papel de crítico profissional... Perde todo o encanto de apenas deixar o que o outro fez ser o espetáculo e apreciar.

Em geral, assumir o papel de espectador incomoda e eu nunca entendi muito bem o porquê. Todo ator que vai assistir a peça de outro é espectador ou diretor? 

Somos todos atores das nossas vidas e diretores, produtores e etc. Temos nossa equipe de apoio. Interagimos com outros espetáculos na vida de outras pessoas, dramas, comédias, ficção, realidade fantástica... Mas, se apenas por um instante a gente apenas fosse espectador? Sentar aqui e apenas sorver cada gota de coisas boas que o outro quer transmitir. Apenas apreciar. Apenas: ver!

Se a gente conseguir fazer isso, apenas assistir ao espetáculo "outro" e, pronto, aceitar o que ele tem para passar e seguir? Sem essa de: "ah, eu faria de outra maneira!...". Eu não faria nada. O que faço, faço em minha vida. O que o outro faz, faz da própria vida - desde que nunca ultrapassemos a barreira do limite de ação: o seu espaço termina onde começa o meu. Toda liberdade tem o limite na liberdade do outro!

Penso assim: se tem afinidade, mantém. Se não tem, não tem. Aplaudo e dou tchau! 

Senhoras e senhores, o espetáculo vai começar! Estreando: a sua vida; a minha vida; as nossas vidas!

Se gostarem, espalhem por aí; senão, deixem que outros descubram por si!

Pat Lins.


quarta-feira, 5 de fevereiro de 2014

AO SE ASSUMIR, DÓI MENOS

Imagem: Google - Lugarzinho
 À medida que assumo minha loucura, vejo que sou uma doidinha do bem. Dói muito menos quando a gente se assume. Nesse processo de se aceitar, as portas para a felicidade se escancaram e a gente passa a entender que não é isso que impede as coisas de acontecerem, apenas aprendemos a aprender deixar passar e focar no aqui e agora.

Tenho pena dos que não se assumem, nem se sabem, nem se veem... Esses fazem mal a si e aos outros e nunca enxergam o aqui e agora... vivem presos num loop do passado, sem conseguir saber que está preso à repetição e sem se dar conta de que não dá continuidade à vida. Vivem o mesmo inferno todo dia e nem se questionam: "acho que já passei por isso...", pois nunca passam, sempre ficam.

Imagem: Google - Blog das 30 pessoas
Podemos sair dessa roda. Podemos rodar livremente! Podemos romper o círculo vicioso e viver um círculo virtuoso - tudo depende de como estamos rodando, ou andando, ou correndo, ou parando, ou sentando, ou nadando, ou voando, ou navegando, ou indo, ou vindo... seguindo!

Podemos VIVER, afinal a Terra é uma roda gigante dentro de um Universo tão vasto e infinito... o que nos dá infinitas possibilidades de rotação, translação e "giração". Assim: AÇÃO!

Pat Lins - ainda tonta de tanto girar.

Imagem: Google - Divinas Ilusões

domingo, 2 de fevereiro de 2014

VOVÓ LULU - UM PONTO DE LUZ NA IMENSIDÃO INFINITA DO INFINITO


"O céu é duro ou mole? Tem gente chata no céu? O que é gente chata...?" 
(Vovó Lulu)

Nossa criança interior vai entender as falas acima, com certeza! Quem de nós, na infância, nunca teve esse tipo de curiosidade? E, hoje, me pergunto: o ambiente em que vivemos, atualmente, é duro ou mole? Tem gente chata aqui na Terra? O que é gente chata, senão um estigma limitante?

"Vovó Lulu" é um ESPETÁCULO teatral. Melhor: uma poesia teatral. Ainda melhor: nossas inquietações teatralizadas, no palco, ali, bem diante de nós. Muito melhor: eu me olhando no espelho, hoje e continuando daqui a alguns tempos... assim espero.

Durante o espetáculo - devo repetir essa palavra umas duzentas vezes e, ainda assim, não descreverá o impacto positivo e a boa emoção que Maria Prado de Oliveira, Aline Moreira, as luzes - "bacana" - a iluminação impecável, o cenário harmonioso, o som limpo, as pedras no cenário, o piso, as cortinas pretas, o teatro... o todo que foi formado por essa equipe - uma frase me veio, num resumo bem tosco e limitado pelas palavras: "nossa busca pela felicidade não pode deixar de existir por conta das desilusões!". 

O tempo não nos escraviza, apenas a nossa condição mental e nossa relação emocional com ele.


"Vovó Lulu", dentro desse vasto Universo, ainda consegue escutar O desejo de continuar a, SIM, fazer escolhas e seguir o caminho que melhor lhe convier. Ela é motivante! O caminho das pedras não é apenas uma reta, uma quantidade de passos ou uma direção determinada por uma arquétipo falido e insistente, que nos arrasta, acorrentados na prisão de amargura e, me permita um semi plágio, por uma religiosidade estéril! É o expandir o círculo para o além daqui, mas ao aqui guiados pela nossa consciência, pelo AMOR, pela VERDADE, pela VIDA - aí sim, está o Divino! Deus.

Somos criadores e criaturas da Vida. Somos parceiros do Tempo. Somos luzeszinhas ínfimas e minúsculas dentro de um Universo vasto e infinito. Somos mais do que os círculos que nos fechamos num vício ritmado e repetitivo de nada. Somente quando nos dermos conta da força dessa partícula - mínima apenas em tamanho - na imensidão do infinito cósmico universal que somos, aí sim, somaremos com outras tantas outras pequenas luzes e comporemos o Todo, chegando a Deus - o Criador, não a criatura que foi criada e deturpada à imagem e semelhança de nós mesmos e dos nossos defeitos e limitações humanas. Sentir brilhar a Luz que vem do peito, de cada poro, de cada célula, de cada átomo, de cada parte de nós é estar integrado à Luz Divina, ao Todo, à Deus, revelando um processo de iluminação de dentro para fora, podendo ser fortalecido de fora para dentro!

Espetáculo e vida da bailarina Aline Moreira.
Foto: Adenor Gondin
A ruptura com essa velharia de vazio e superficialidade que vivemos é que nos permitirá ter a sabedoria de juventudes acumuladas e de, mesmo que o corpo não aguente mais, não tenha mais a mesma flexibilidade, agilidade e capacidade de movimentar, a alma pulsa, dança e nos diz: "eu sou livre, mesmo que você esteja aí, presa nesse corpo. Eu posso dançar e cantar, porque minha voz, minha mobilidade é algo que o ser humano ainda não tem referência...". 

Será que seremos capazes de romper com a arrogância, a inveja e outros sentimentos restritivos e negativos? Será que conseguimos nos libertar? Só assim, vendo e conhecendo cada sombra que temos e fazemos, podemos nos auto iluminar: acionando a força suprema do AMOR. Aí, sim, seremos e viveremos a loucura saudável de transgredir! Até então, somos apenas... apenas... apenas... o apenas.

Será que conseguiremos deixar UM MUNDO MELHOR PARA OS NOSSOS FILHOS E FILHOS MELHORES NESSE MUNDO, começando por nós? Será que conseguiremos sentar no banquinho deixado pela "Vovó Lulu", bem ali, onde a sua luzinha se eternizou? Será que atingiremos esse ponto no tempo da continuidade e da passagem sadia, questionando e exigindo o melhor - porque sim, nós precisamos saber que merecemos! - até o último instante, apesar de nem sabermos quando será? 

Tantos serás, que me pergunto: será que conseguiremos parar de falar e agir? Não aceito a luz parada, apenas a luz da ação, da troca, do entendimento de co-criação! Só assim podemos romper o círculo vicioso e seguiremos os círculos virtuosos e infinitos do infinito.

Nada mais velho do que essas coisas ruins que estão aí: preconceito, intriga, inveja, arrogância! Vaidades vazias, sem estética do belo, bom  e justo!

Vale a pena assistir e se deixar tocar pelo texto, pelo diálogo com nossas inquietações! 

Parabéns a Maria Prado de Oliveira pelo belíssimo trabalho - ou belíssimos trabalhos de texto, produção e criação de todo esse projeto! Parabéns à equipe toda! Aline Moreira, você nos faz querer dançar junto e nos lembra o quanto estamos esquecidos de, simplesmente, dançar a dança da Vida: o movimentar, sentir a alma! Tudo muito bem feito. Cenário, iluminação, sonoplastia, trilha sonora - que repertório "bacana, bacana!". Enfim, um trabalho com muita qualidade em cada detalhe. Um ESPETÁCULO!

ASSISTA! ASSISTA! ASSISTA!

"Vovó Lulu", sua bênção!

Pat Lins.



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