sexta-feira, 17 de outubro de 2014

A DOR DA PERDA - CLASSE MÉDIA BRASILEIRA, OS QUASE RICOS, SÓ QUE NÃO!


Uma questão é que ninguém percebe isso e dói perceber... era muito comum as pessoas "trazerem uma menina do interior" para ajudar nos afazeres da casa e dizer que traziam para ajudar a estudar e que no interior "não seriam ninguém". 

Quantos filhos de classe média se tornaram grandes doutores e aquelas "meninas" não passaram de "a tia que cuidou da gente quando eramos pequenos" e, com isso, se tornam um "adendo" da família que nunca pode sentar à mesa para fazer uma refeição porque a está servindo até hoje? Isso é ajudar no progresso social? 

Isso, para mim, sempre foi uma repetição de padrão, de maneira que esse arquétipo - inconsciente coletivo - fez com que se tornasse "normal" ter escravos com nome de "menina que ajuda lá em casa, em troca de condições de estudo melhores" - leia-se: ir à escola pública, à noite, depois de um dia de trabalho braçal duro e pesado. 

Gente, acordemos... como bem fala a reportagem "Porque a classe média brasileira está dividida nessas eleição", de acordo com pesquisa do Datafolha, a classe média do Brasil queria ser rica e se chateou quando teve que entender que além de direitos, temos deveres, que essas pessoas também são gente! Pelo amor de Deus! Me lembro de muita gente dizendo: "agora essas empregadas vão ficar tudo preguiçosa" ou "esse povo diarista agora, só quer ganhar dinheiro, mas não quer lavar uma geladeira, porque não está incluido...". Tanta luta, mundo a fora, para se conseguir condições de vida melhores, vide as revoluções trabalhistas, onde se clamou a vida inteira pelo reconhecimento de direitos, regulamentação e qualificação de mão de obra e, hoje, achamos isso um absurdo? É muito fácil falar. O discurso repetitivo sem consciência traz isso: uma classe média "burra" que se acha pensante! Escutei, certa vez, de uma jovem, muito bonita e que gosta de viver uma vida de baladas, academia e tudo mais, às custas de uma dessas meninas que vêm do interior, que morava numa região isolada da cidade, com serviço de transporte de péssima qualidade, cuidando dos seus filhos. Para ela, a regulamentação da classe operária doméstica - conhecida mais como "escravas do lar" - foi um absurdo! Com todas as letras ela disse: "e agora? Eu tenho que estar às 9h em meu trabalho e terei que sair às 17h para não ter que pagar hora extra". Tá, é difícil ter que se desfazer de um conforto, até porque, brasileiro que se prese, quer fingir ser rico, sem ser... Mas, se nós não temos condições de trabalho justas, obviamente, alguém tem que pagar por isso, então, nosso descarrego vai para a classe mais baixa que nós. O fato de nós sairmos de carro, pegarmos um trânsito horrível até o trabalho nos deixa insensíveis ao ponto de querer que uma "menina" dessas saia de lá das "zurubas", pegue um ônibus lotado à 5:30h da manhã, para chegar em nossa casa sem atraso, para que nós possamos cumprir o nosso horário. E essa menina deve estar às 7:30h em nossos lares, preparar nosso café da manhã, para que possamos sair sem fome, pois ainda vamos ter um dia cheio - e o dessas meninas, era vazio, porque não têm nada para fazer, além de falar da vida do patrão e ver TV... Né assim? Pois, essas "meninas" só voltavam para casa, sabe que horas? Na hora que o trânsito ou nosso chefe nos liberasse, porque não estamos brincando, estamos trabalhando para pagar o salário delas! Né isso? O impacto do "cair na real e sair do Brasil colônia" incomoda aos que ainda acreditam que Princesa Isabel libertou os escravos e que eles foram libertados pela bondade da coroa... Percebem como somos estranhos? Percebem que não temos culpa de sermos assim, ainda hoje? Percebe que dói ter que encarar uma doméstica como PROFISSIONAL? Percebem que isso pesou no orçamento e muita gente que teve que pegar na vassoura, lavar seus pratos e, entre tudo isso, aprender a viver a dura realidade, sem a aparência de que "eu sou rico", só que não! Percebemos que os planos de saúde são caros e que pobre já pode ter um plano de saúde baratinho, para não precisar ir ao SUS... E o que mais importa não percebemos: o Brasil precisa de um brasileiro - ou não - que suba lá, como presidente, como senador, como deputado... e faça do Brasil um Brasil. Que nos dê saúde, segurança e EDUCAÇÃO. É assim na Europa. 

E isso não é papo de Petista ou Tucano, é papo de "o Brasil precisa ser O Brasil". Precisamos deixar de ter orgulho de ser "descendente" de português, daqueles que chegaram no Brasil - uns destruindo tudo e outros vindo porque eram presos e ou morriam ou vinham para o Brasil. Tem muita coisa podre em nosso passado. Vamos deixar ele lá atrás e ser diferente, hoje. Mesmo que doa. Independente do partido que assuma, ele não vai só... Ninguém pense que Aécio vai conseguir tirar esses direitos da classe pobre, ele perderá o voto da massa, porque a massa é "semi burra" - pois a julgam burra, enquanto eu julgo a massa, apenas, IGNORANTE, eles ignoram o que acontece, por um simples fator: falta de formação escolar, falta de massa crítica.

Gente, sejamos de onde formos, o Brasil precisa acordar. Votar em um sonho de que vamos pagar menos impostos... onde? A dívida só cresce. Eu sonho em ter condições de poder pagar tudo e ver voltando para mim, como na Europa, que se pagam impostos ainda mais altos que no Brasil, mas ninguém tem que pagar escola particular, plano de previdência privada, plano de saúde e etc. Agora vamos exercitar a mente - vulgo: pensar - e me digam: seria interessante, do ponto de vista de negócio, para os grandes empresários dos planos de saúde, das escolas particulares e de segurança privada? Com o furo do Governo, esses mercados ganharam corpo, força e poder. E nós criamos o hábito de depender deles porque podiamos pagar, já que havia alguém em casa que segurava as pontas enquanto eu estava na rua - aliás, no trabalho - para pagar toda essa conta. Percebemos a bola de neve que somos?

É burrice de uma massa querer manter e ser grato por um padrão que ninguém nunca os permitiu ter? Isso, francamente, é burrice? E esse papo de blá, blá, blá não passam de armações do nosso próprio inconsciente coletivo que sente dor ao ver que a realidade precisa mudar e o Brasil precisa andar! O Brasil precisa desenvolver.

Sassá Mutema, gente, também foi usado como manobra poítica de "O Salvador da Pátria"... Precisamos sair da inércia que a ingenuidade - nem tão ingênua assim... - causa. Essa mania de golpista e malandro nos é um legado muito pesado. Isso dói para romper.

Eu vivo, na prática e na realidade, passeando por todas as classes e, creiam, o que fazem com a classe baixa é desumano, mesmo. Uma babá ter que chegar em sua casa às 07:30h e só sair às 19:30h é pesado. A gente luta pelo final de semana remunerado; sonha com os feriados; exige que nosso horário de almoço seja mantido. Elas, não podem nem almoçar direito, não têm descanso. O que precisa é de uma política como na Europa, onde a classe média se vira em casa e tem seus horários de trabalho melhores do que aqui. É se BASEAR - tomar como base, adequando a toda nossa realidade, principalmente, cultural da anticultura... - o modelo e praticar. Mas, querer ser rico sem ser às custas de uma classe pobre, tirando proveito dessa pobreza e jurando de pé junto que está ajudando... 

Sim, pagamos impostos altos e não vemos retorno. Sim, o Governante deve nos dar esse retorno. Mas, não, não é apenas o presidente quem determina... a pressão vem de uma bancada de governo aliada - sério, não existe mais oposição... isso desequilibra a política e suas ações ficam mais livres e descaradas, perdoem-me as palavra. Se é que já houve algum equilíbrio, mas ao menos, havia uma resistência. Prova de que a atual situação só sabe "se fazer", não fazer por nós. E que nossa antiga oposição aprendeu rapidinho com quem estão lidando e, como é bom ser rico e com poder, dançam a mesma dança.

E aí, pergunto: é no candidato que votamos? Ou votamos nos personagens que mais nos agradam? Ainda acreditamos que "ele prometeu..." quer dizer "ele cumpre!"?

Pois é, debatedores de direita, esquerda, centro e ao redor... de todas as direções, de todas as camadas, de todas as regiões... "isso aqui, ô, ô" é só um pouquinho do pouquinho do Brasil, porque o muito muitão, está ao nosso alcance, não! Temos que entender todos os lados, para não julgar a burrice alheia como melhor que a nossa.

O que o Brasil precisa de ORDEM, PARA SE ALCANÇAR O PROGRESSO - e leiamos ORDEM como organização necessária, não manipulação ou abuso de poder sobre nós.

Saudações apartidárias, mas pró Brasil e compreendendo o que cada lado separadamente deseja - se os lados se unissem sem interesses escusos... seria tão bom viver essa utopia na real... - de uma brasileira,

Patricia Lins.

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