terça-feira, 29 de março de 2016

SALVADOR 467 – CIDADE MÃE

Foto: Thais Santana 


SALVADOR 467 – CIDADE MÃE
                                                               Patricia Lins

E eis que surge um povo novo
Uns povos novos
Uns novos, uns outros,
Uns mesmos que viraram outros
Eis que vieram das águas, dos mares,
Das terras,
Do nada
E aqui se fez uma mistura pura,
Não pura,
Impura,
Tortura
E todos clamavam magia,
Para se fazer alegria entre tantas dores
Por cores desiguais.
E eis que pedimos:
Salva dor, Salvador!
Ontem, o novo doía...
Doía tanto que ser diferente dos que só queriam os seus iguais
Era sentença de morte, de monstro, de animais!
Tantas cores, tantas crenças,
Tantas diferenças
Doíam cada dia mais!
Doía tanto, até para os que aqui já viviam
E nada entendiam:
A terra que a gente vivia, onde tudo compartilhávamos, já não existe mais!
Quem manda agora quer tudo,
das nossas almas, aos nossos prantos,
Da nossa comida, à nossa força, à nossa vida!
Insatisfeitos, nos destruíram,
Nossa casa não existe mais.
Nosso povo não é bem-vindo,
Fomos banidos, dos nossos próprios locais!
Saímos correndo, apenas alguns poucos, para ter paz.”.
A terra que é mãe, acolheu a todos.
Ela não escolhia para quem brotar, brotava para quem nela plantava
E esse mundo novo que aqui vivia, brotava cada dia mais.
As cores se multiplicaram
E eram bem importantes nuns dias de carnavais
Depois desses dias, os portais se fechavam
E as alegrias coloridas
Já não cabiam mais
Ninguém entende, ainda hoje, por que as cores ainda doem?
Cidade miscigenada,
Cidade de todos os cantos, encantos e axé,
Sagrado e profano...
Onde está a verdadeira paz?
Salva dor, Salvador!
Salva e cura a dor dos desiguais!
Salva nossas dores,

Para que elas não doam mais!

Um comentário:

  1. Que assim seja!
    Parabéns pela linda e amorosa verve!
    Viva a Poesia!
    Viva nossa Salvador!

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